sexta-feira, 22 de maio de 2009

Um louco ou o novo Nostradamus?


Raymond Kurzweil vem profetizando há anos sobre tecnologia e o interessante é que o que ele diz, quase sempre acontece.

Todos os dias Raymond Kurzweil de 60 anos, toma 250 comprimidos para chegar com vida ao ano 2029 porque está certo de que os computadores serão extremamente inteligentes dentro de duas décadas e não descarta poder viver para sempre.

Ainda que a tecnologia da medicina não possa evitar que seu corpo feneça, Raymond acha que há uma boa possibilidade de assegurar a imortalidade ao "descarregar" o conteúdo de seu cérebro melhorado antes de morrer. Coisa de louco? Com somente esta informação poderia se dizer que sim; no entanto este "cyber" personagem vem profetizando há anos sobre tecnologia e o interessante é que o ele que diz, quase sempre acontece.

Músico, empresário, inventor, escritor e cientista da computação, Kurzweil nasceu em 12 de fevereiro de 1948 no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Experiente tecnólogo de sistemas e de Inteligência Artificial, é conhecido como o CyberNostradamus por suas predições tecnológicas. Atualmente é presidente da empresa de informática Kurzweil Technologies, onde se dedica a elaborar dispositivos eletrônicos de interação homem-máquina com aplicações para deficientes. O interessante de seu perfil é que não se trata só de um teórico senão que tem anos de experiência como inventor. Kurzweil é um cientista totalmente prático.

Sua biografia é extensa: aos 16 anos apareceu na televisão interpretando ao piano uma peça musical composta por um programa informático que ele havia desenvolvido em seu computador para reconhecer e isolar padrões e partituras de grandes músicos. Nos anos 70 criou o primeiro sistema OCR (Optical Character Recognition) capaz de reconhecer todo tipo de fontes escritas e o KRM (Máquina Leitora Kurzweil) um dispositivo que traduzia texto de um discurso falado, para ajudar as pessoas com deficiência visual a ler.

Dez anos mais tarde, por encarrego de Stevie Wonder , desenhou o sintetizador K250, que tem todos os instrumentos de uma orquestra. Por seus inventos Kurzweil recebeu muitos prêmios e reconhecimento, o principal deles, em 2002, é sua ascensão ao Salão da Fama da Invenção, criado pelo escritório de patentes dos Estados Unidos. Como se isto não fosse muito, recebeu oito doutorados honoris causa e é autor de vários livros, entre eles, "A Era das Máquinas Espirituais" (1998-1999) e "A Singularidade está perto" (2005).

As profecias de Kurzweil
Em seu primeiro livro, "A Era das Máquinas Inteligentes", ele predisse a irrupção da Internet na segunda metade dos anos 90 e o domínio das armas inteligentes nos conflitos bélicos. Também escreveu que o campeonato mundial de xadrez de 1998 seria vencido por um computador (na final Deep Blue venceu Kasparov em 1997), entre muitas outras coisas.

Depois de estabelecer que "não vê limites" no desenvolvimento da tecnologia, Kurzweil propõe progressos inexoráveis que culminarão na superação da velocidade do cérebro humano pelos computadores. O autor estima que isto deverá ser alcançado no ano 2020 e em pouco tempo estas incríveis máquinas adquirirão atributos humanos. Afirma que poderão ser nossas mestras, parceiras e até amantes. E considera que a humanidade não é o fim da evolução, senão o princípio.

Segundo o CyberNostradamus, o computador é mais rápido que o cérebro humano em algumas coisas, mas o difícil é que tenha a riqueza, sutileza e profundidade de nosso pensamento. Para conseguí-lo será necessário o desenvolvimento do software da inteligência, baseado na engenharia inversa, que copia o funcionamento do cérebro humano. Nossos circuitos cerebrais são tridimensionais e baseiam-se em conexões bastante complexas. Escaneando o cérebro poderemos criar uma réplica, e usando circuitos artificiais tridimensionais de nanotubos poderemos imitar seu funcionamento e criar uma inteligência artificial avançada.

Predições de 2009 a 2100
- "Estamos em uma fase de crescimento exponencial na que confluem a informática, a biotecnologia, a física quântica, a nanotecnologia... Este século será equivalente a 20.000 anos de desenvolvimento linear", explica Kurzweil. E prediz que para 2009, um PC caseiro será capaz de fazer um bilhão de cálculos por segundo e que a aplicação chave da nanotecnologia, dentro de 20 anos, serão os nanorobots ou nanobots, robôs o suficientemente pequenos para viajar pelo sistema circulatório que permitirão alongar a vida destruindo as células patogênicas e de câncer, consertando os erros do DNA, destruindo toxinas e dejetos, e revertendo o processo de envelhecimento.

Inclusive vaticina que "graças à nanotecnologia, poderemos colocar minúsculos robôs no cérebro para melhorar sua capacidade. Construiremos entidades não biológicas com cópias do cérebro humano e teremos pessoas com milhares de robôs microscópicos no cérebro, o que aumentará sua habilidade para pensar e para viver em uma realidade virtual". Finalmente, afirma, "substituiremos nossos frágeis corpos 'versão 1.0' por uma versão 2.0 tremendamente melhorada".

Para 2029, prediz Kurzweil, "implantes biológicos para os olhos e ouvidos serão utilizados para estabelecer conexão direta com a rede informática mundial. Da retina à Rede. Serão comuns redes neuronais de banda larga ligadas diretamente ao cérebro humano. Os implantes neuronais permitirão a melhoria na percepção visual e auditiva, na memória e no raciocínio humano".

Em 2049, sustenta, será habitual a utilização de alimentos nanoproduzidos, com a correta composição nutricional e o mesmo sabor e textura que os alimentos produzidos organicamente. Isto permitirá uma disponibilidade de alimentos que já não se verá afetada pelos limitados recursos naturais, o clima ou outros fatores. E para 2099 "o pensamento humano e a inteligência artificial terão se fundido e ciberorganismos controlarão as sociedades. Já não existirá distinção entre seres humanos e máquinas".

Kurzweil quer chegar em 2029 com plena saúde e mais jovem do que é agora. Por isso cuida sua dieta com precisão e toma dezenas de comprimidos ao dia, sobretudo vitaminas. Sustenta que essa é a fórmula para atingir o momento em que a ciência tornará possível que os seres humanos povoem a terra para sempre.

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